O destino se torceu de pequenino
Muito se fala das segundas gerações de portugueses em França, na América, na Alemanha. Dessa segunda geração de retornados nem uma palavra. São os que nasceram nas colónias e não podem revisitar os lugares, os amigos e os brinquedos de infância. Vinte ano depois da descolonização, esse terceiro dia D da revolução está semidigerido, como um sapo. Com vinte e muitos ou trinca e poucos anos, estas são pessoas absolutamente integradas, para quem o termo retornado deixou de ser insultuoso para passar a ser descritivo como alentejano ou algarvio.
Mas nascer e crescer numa terra lá longe onde os dias eram felizes deixa marcas. As de um tempo de ouro, gravado na alma em letras escarlate, a somar às de um dia escuro em que aportaram estranhos numa terra estranha.